Beto Albert (Diário de Santa Maria)
Quem comprou medicamentos em Santa Maria nesta segunda-feira (1º) já encontrou preços mais altos nas prateleiras, mas quem pesquisar, ainda poderá encontrar remédios com preços sem reajuste em algumas farmácias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou um reajuste de até 4,5% no valor dos medicamentos em 2024. O percentual não é um aumento automático nos preços porque pode variar de acordo com a farmácia e a indústria.
O ajuste de preços de remédios é anual e tem como fundamento um modelo de teto calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que ficou em 4,5% no acumulado dos últimos 12 meses. Anselmo Ribeiro, gerente da Farmácia Panvel, explica que o reajuste acontece de forma automática no sistema a partir desta segunda (1º):
- É um reajuste anual que acontece sempre no mês de abril. Na nossa rede, é automaticamente no sistema. Alguns medicamentos, como vitaminas e genéricos, conseguimos negociar com os fornecedores para deixar menor - afirma Anselmo.
O percentual não representa um aumento automático nos preços, mas sim uma definição de teto permitido à indústria. Dessa forma, alguns medicamentos podem sofrer um reajuste menor, de 3% ou 4%, como explica Mateus Posser, gerente da MB Farmácias:
- Pode ser que alguns subam 4% e outros 4,5%, conforme negociação com as distribuidoras e dentro do que foi estipulado pelo Ministério da Saúde. Esse reajuste acontece em todas as classes de medicamentos, como aqueles de prescrição, genéricos e similares - ressalta Mateus.
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Aumento impacta o bolso dos santa-marienses
Em 2024, o percentual autorizado é o menor desde 2019. No ano passado, o reajuste máximo foi de 5,6%. Mesmo assim, a alta no preço preocupa os santa-marienses. Erodi da Silva Pereira, 76 anos, aproveitou a manhã de segunda-feira para comprar os remédios para a esposa, que no mês, totalizam cerca de R$ 1.200. Só nesta segunda-feira, foram R$ 722 gastos na farmácia.
- Olha que não estão todos os medicamentos aqui, está faltando os que necessitam de receita. E eu também compro os meus medicamentos para pressão e colesterol, que dá uns R$ 600. Mas é isso, não tem o que fazer, a gente fica velho e precisa tomar remédio. Tudo impacta. E o salário diminui porque o custo de vida sobe todos os anos - relata Erodi.
Apesar de não comprar medicamentos de uso contínuo, o casal Maria Gorete Gonçalves Costa e Carlos Roberto Lima Costa vê o impacto do aumento em itens como vitaminas e suplementos. Eles afirmam que faz diferença porque a demanda não muda, mas os valores sim.